quinta-feira, 26 de junho de 2008

Sofá de couro.

Não gostava de escorregar em sofá de couro em dias de mau humor.
Lembravam-na sofás de consultórios médicos que a pessoa fica ali se segurando pra não escorregar depois do almoço com muito sono e a secretária sorrindo de maneira automática.
Ficava ali folheando uma revista velha qualquer só pra não olhar a secretária.
Quando tava de mau humor gostava era de sorvete de ameixa debaixo das cobertas.
Baixava o volume da campainha do telefone de casa e deixava o celular no modo silencioso.
Passava horas rindo de programas tolos na TV e não se lamentava, tinha um mau humor irônico... "Zapeava" os programas de humor.
Depois do sorvete comia torradas com patê. Mais sorvete.
Depois da autodestruição alimentar partia pro “plano b” do mau humor.
Tomava banho bem quente e passava um creme caro no corpo, que pagou em três vezes.
Ficava de roupão e escutava Frank Sinatra, apesar de não gostar muito.
Porque imaginava ser assim que as pessoas ricas faziam quando estavam de mau humor.
Já que não podia divertir-se em Las Vegas.

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"Não tenha medo: nem tudo tem explicação. Há mistério em quase tudo, nem todo veludo é azul. O coração sempre arrasa a razão, o que é preciso ninguém precisa explicar. O mundo é muito grande pra quem anda de avião, pra quem anda sem destino ele cabe na palma da mão. O coração sempre arrasa a razão, o que não tem explicação ninguém precisa explicar. O sol ainda se levanta no meio de tanta confusão, no meio da madrugada ele ilumina o japão. O coração nunca cansa da canção, o que tá escrito na canção ninguem precisa aceitar."