domingo, 19 de dezembro de 2010

Ai madrugada.
Por que essa insistência de me fazer triste?
É tu que me faz sentir essa angústia e o choro travado na garganta.
E essa dor que se torna física, e esse sono que não vem.
E essa cara que fica inchada e essa manhã que demora pra chegar...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

E agora estou escorada aqui, onde passam tantas lagartixas...
Aqui onde entramos
saimos
sorrimos
nos amamos
e chorei.
Estou aqui te esperando (e te amando).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mudança.

E todas essas mudanças.
A parede fica nua e o pó já não consegue se esconder nos cantos.
Você não quer, mas acendo um incenso pra tentar mudar os ares tristes que sobraram aqui.
Até tentei me animar ontem, mas em pensar que eu também posso mudar te aborrece.
Você abre as caixas da memória e começa a falar do que não entende e de como quer
que seja.
Quando tuas lágrimas caem, meu coração dói e mostra meu amor.
Sentou no bar e pediu uma cerveja esperando que eu chegasse.
Passava a mão no cabelo, as colocava e tirava do bolso;
Olhava o horário no celular e fumava 1, 2, 3, 4... cigarros.
E quando eu chegava era perceptível que um de nós se desesperava.

A volta.

Já não sentia mais o seu amor, mas a falta dele.
O quebra-cabeça desmontado na nossa cama.
Nossos lençóis esticaram, nem diziamos boa noite.
Em certos dias o desejo unia nossos corpos, mas logo se separavam sem empatia.
Naquela noite nenhum de nós voltou pra casa, ninguém se explicou.
Descomplicamos fazendo as malas.
Continua sendo amor, mas fraterno, você disse.
Idem e boa sorte!

Lá.

E foi como se eu tocasse uma nuvem, e depois parecia que tinha caído de uma.
Fiz o café (extra forte)
acendi o cigarro (marlboro light)
traguei (lentamente)
sentei sob o sol (fotossíntese)
tomei banho (a dor não se foi pelo ralo)
mas só quando terminou percebi (que o dia passou e eu nem vi)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Paredes.

A coluna pende e não consigo ficar reta.
Pego um cigarro e ainda restam três no maço,
o cinzeiro está prestes a transbordar com as bitucas dessa noite.
Em uma das paredes vejo quadros de pessoas nuas dançando tango,
na outraum relógio com desenho de frutas que há anos marca 8:40,
e o relógio do microondas intacto como sempre no 0:00.
Não acho meu relógio de pulso,
o celular carrega na tomada e as luzes azuis
mostram digitalmente 2:27 (2+2+7=11).
As luzes da cidade, olhando daqui, parecem piscar pra mim... Será que ironicamente?
A cortina dança em sintonia com a sacola plástica do lixeiro,
só minha fumaça está descompassada.
Quantos carros passando depressa nessa avenida, nenhum veio me buscar.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Hoje estou especialmente triste.

Eu não quero que ele vá e no fundo ela também não quer.
Um blues tímido insiste em tocar e aumentar meu sofrer e a fumaça de seus
cigarros sem filtro dançam na porta da cozinha.
Não faz a mais a barba e mesmo assim não esconde os olhos transbordando
a vontade de deixar cair as lágrimas.
Além de comer pipoca? Oras, ele que me ensinou a não decepcioná-lo e
ser mal humorada, e de não gostar de sapatos pretos, e de sorrir por
coisas banais... Ele me ensinou a não querer ficar longe dele.
Hoje estou especialmente triste, nós três estamos e somente eu e ele admitimos...
"Não tenha medo: nem tudo tem explicação. Há mistério em quase tudo, nem todo veludo é azul. O coração sempre arrasa a razão, o que é preciso ninguém precisa explicar. O mundo é muito grande pra quem anda de avião, pra quem anda sem destino ele cabe na palma da mão. O coração sempre arrasa a razão, o que não tem explicação ninguém precisa explicar. O sol ainda se levanta no meio de tanta confusão, no meio da madrugada ele ilumina o japão. O coração nunca cansa da canção, o que tá escrito na canção ninguem precisa aceitar."