terça-feira, 13 de abril de 2010

Paredes.

A coluna pende e não consigo ficar reta.
Pego um cigarro e ainda restam três no maço,
o cinzeiro está prestes a transbordar com as bitucas dessa noite.
Em uma das paredes vejo quadros de pessoas nuas dançando tango,
na outraum relógio com desenho de frutas que há anos marca 8:40,
e o relógio do microondas intacto como sempre no 0:00.
Não acho meu relógio de pulso,
o celular carrega na tomada e as luzes azuis
mostram digitalmente 2:27 (2+2+7=11).
As luzes da cidade, olhando daqui, parecem piscar pra mim... Será que ironicamente?
A cortina dança em sintonia com a sacola plástica do lixeiro,
só minha fumaça está descompassada.
Quantos carros passando depressa nessa avenida, nenhum veio me buscar.

5 comentários:

Mariana disse...

po, adorei isso, me sinto tão assim as vezes...

pi disse...

prazer, gostei.
volto.

M!riam - Livros, Bobagens e Guloseimas! disse...

Oi, Tati!

Vim te convidar para participar da promoção "Todas as estrelas do céu".

Será sorteado um exemplar, autografado, do livro.

Passa lá!

Um beijo

Ana Claudia disse...

Bom. Gostei.

Isabella disse...

também espero alguem vir me buscar, mas nem o telefone ultimamente quando toca é pra mim... eitcha nois!

"Não tenha medo: nem tudo tem explicação. Há mistério em quase tudo, nem todo veludo é azul. O coração sempre arrasa a razão, o que é preciso ninguém precisa explicar. O mundo é muito grande pra quem anda de avião, pra quem anda sem destino ele cabe na palma da mão. O coração sempre arrasa a razão, o que não tem explicação ninguém precisa explicar. O sol ainda se levanta no meio de tanta confusão, no meio da madrugada ele ilumina o japão. O coração nunca cansa da canção, o que tá escrito na canção ninguem precisa aceitar."