quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Corra

Corra,
Chegue lá,
Afogue-se.
Engula mais água, afogue-se...
Volte,
Pegue ar, sinta os pulmões encherem de ar.
Ria da situação...
Pegue-me pela mão, vamos rolar pelo chão.
Avance,
Corra mais,
Chegue devagar.
Molhe os pés,
Sinta o corpo emergir,
Afogue-se menos.
Respire mais, respire muito.
Ria infinitamente.
Corra, mas volte,
Volte logo!

E as luzes continuam acesas.

Ventava muito naquela avenida em que andávamos pela madrugada.
Você insistia em me provocar e afastava os cabelos do meu rosto pra contemplar minha ira.
Fomos ásperos, rimos e seguimos num descompasso alcoólico enquanto os carros passavam e as luzes continuam acesas tentando iluminar nossa caminhada.
E meu chaveiro foi a única testemunha da nossa fraqueza insana...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Bom dia, vida!

Eu acordo de manhã e tropeço na minha vida.
Todo dia ela tá ali berrando, não consigo escapar.
E acho que tô desperdiçando essa vida.
Amanhã não vou esquecer de dar bom dia à ela quando eu acordar!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Meu varal.

Eu nunca fui muitas pessoas.
Eu sempre tentei ser várias, mas sempre descubro que é melhor ser eu mesma.
Nos passeios que fiz em personalidades diversas eu descobri que, mesmo defeituosa, eu sempre vou ser assim.
E no varal eu penduro as várias de mim, eu de várias.
Ficam ali (secas) pra eu me lembrar do que fui.
Quando a chuva cai eu deixo molhar, depois o sol ilumina e faz secar.
Estou aumentando os grampos e esgotando o espaço livre, talvez eu coloque mais cordas no meu varal.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Será que posso entrar?

Chove tanto aqui fora,
será que posso entrar?
Feche a porta de meu almoxarifado de neuroses sem fontes seguras.
Me dê café quente e uma toalha,
pendure meu casaco e ligue o som.
Sim, pode ser Beatles.
Não, essas botas não molharam meus pés.
Biscoitos... hum... obrigada!
"Não tenha medo: nem tudo tem explicação. Há mistério em quase tudo, nem todo veludo é azul. O coração sempre arrasa a razão, o que é preciso ninguém precisa explicar. O mundo é muito grande pra quem anda de avião, pra quem anda sem destino ele cabe na palma da mão. O coração sempre arrasa a razão, o que não tem explicação ninguém precisa explicar. O sol ainda se levanta no meio de tanta confusão, no meio da madrugada ele ilumina o japão. O coração nunca cansa da canção, o que tá escrito na canção ninguem precisa aceitar."