sexta-feira, 17 de abril de 2009

Priscila

Priscila era o tipo de mulher que comprava flores pra colocar na sala de seu pequeno apartamento quarto e sala.
Só usava sapatos pretos e um perfume para cada dia da semana.
Uma aliança de noivado na mão direita e uma foto dela e do noivo no porta-retato de madeira.
Cozinhava sempre aos sábados e domingos.
Sempre macarrão, sempre bife, sempre arroz, sempre, sempre, sempre...
Cabia em uma mão a quantidade de homens que haviam passado pela sua vida.
Foram poucos, foram intensos, foram marcantes.
Mas ela amava seu noivo, era fiel, era só dele.
Escrevia cartas de amor e gastava seu batom rosado nos beijos que dava a ele.
Tudo corria bem... Tudo era bom.
Domingos às vezes iam ao cinema, às vezes caminhavam, mas nunca se separavam.
Tudo era como tinha que ser, até que deixou uma nova pessoa entrar na sua vida.
Até que um gole de gim correspondia a um beijo.
Até que um domingo sozinha seria o começo do fim, adeus ao compromisso.
E Priscila descobriu que andar sem direção era bom, ainda mais sem pensar no futuro.

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"Não tenha medo: nem tudo tem explicação. Há mistério em quase tudo, nem todo veludo é azul. O coração sempre arrasa a razão, o que é preciso ninguém precisa explicar. O mundo é muito grande pra quem anda de avião, pra quem anda sem destino ele cabe na palma da mão. O coração sempre arrasa a razão, o que não tem explicação ninguém precisa explicar. O sol ainda se levanta no meio de tanta confusão, no meio da madrugada ele ilumina o japão. O coração nunca cansa da canção, o que tá escrito na canção ninguem precisa aceitar."